O Packard 1947 é um dos modelos mais elegantes e sofisticados da marca americana Packard Motor Car Company, famosa por produzir veículos de luxo entre o início do século XX e os anos 1950.
O Packard de 1947 fazia parte da 22ª série, lançada em 1946 como parte da retomada da produção após a Segunda Guerra Mundial, o carro apresentava algumas atualizações estilísticas, incluindo:
Os modelos Packard Clipper de 1947 eram equipados com motores de seis ou oito cilindros em linha, proporcionando um desempenho suave e confiável. Entre as opções disponíveis estavam:
A transmissão podia ser manual de três marchas ou a “Ultramatic”, uma das primeiras transmissões automáticas desenvolvidas por uma montadora americana.
O Packard de 1947 foi oferecido em diversas carrocerias, incluindo:
Acima alguns folhetos de época.
Al Capone, um dos mafiosos mais famosos da história dos Estados Unidos, nasceu no bairro do Brooklyn, em Nova York. Ao longo de sua vida, esteve envolvido em grandes esquemas mafiosos, acumulando riqueza, luxo e, consequentemente, uma coleção de carros extremamente sofisticados e caros. Apaixonado por veículos de alto padrão, o gângster norte-americano gastou fortunas com automóveis desse tipo, e isso não foi diferente nos últimos anos de sua vida.
Em 1947, ano de sua morte, Al Capone adquiriu um Packard Super Clipper Sedan, equipado com um motor oito cilindros em linha, na elegante cor Coral Blue Iridescent.
Sendo o último carro que comprou, hoje esse Packard está exposto no America’s Packard Museum, em Dayton, Ohio, onde pode ser visto de perto como uma peça histórica de grande importância
Este exemplar acima foi o ultimo carro comprado por Al Capone, o veiculo foi completamente restaurado e esta em exposição do Packard Museum.
Na cidade de São Paulo, mais especificamente no bairro da Vila Monumento / Ipiranga, onde Romeu Siciliano cresceu e viveu, sempre houve uma grande presença de carros antigos, já que a região é uma das mais tradicionais da cidade.
O Sr. Armindo Cagnin, morador da Vila Monumento, na Rua Ouvidor Portugal, resolveu, no ano de 1946, fazer um pedido de um Packard através da importadora Auto Geral, representante da marca em São Paulo. Na época, o veículo era considerado um luxo extremo, conhecido por ser o ‘’Rolls Royce americano’’. Finalmente, em 1947, o carro foi entregue ao seu primeiro proprietário em uma configuração de muito bom gosto: um Packard Custom Super Clipper Eight Touring Sedan, de quatro portas, equipado com um motor oito cilindros em linha com 165 Hp de potência, câmbio mecânico de três marchas na coluna com overdrive, pintura Coral Blue Iridescent e interior em tecido vinho. O carro possui ainda a nota fiscal do pedido de Sr Armindo.
Este modelo possui itens de luxo pouco comuns em outros veículos da época, como:
Nos anos 1960, Romeu Siciliano adquiriu este Packard do Sr. Armindo, que utilizava o carro apenas aos finais de semana para passeios no bairro, idas ao parque e à igreja. Romeu seguiu a mesma tradição, cuidando meticulosamente do veículo, que permaneceu completamente original, incluindo pintura, estofamento e mecânica, ainda 6 Volts original. Em meados da década de 70, Romeu levou o Packard para um Concurso de Elegancia realizado pelo Veteran Car Clube de São Paulo, em 1974 também participou de uma exposição organizada pelo conhecido Veteran em Campos do Jordão, essas foram as poucas aparições deste veículo ao público.
João Siciliano lembra que seu pai amava esse carro e tinha tanto zelo por ele que chegava a dirigir descalço para não marcar o tapete original. Desde então, o Packard foi mantido na coleção e no museu da família Siciliano.
Com o passar dos anos e com muitos outros carros na coleção, o Packard ficou inativo por cerca de 40 anos. No entanto, durante a pandemia, João Siciliano decidiu colocá-lo novamente em pleno funcionamento. Durante uma limpeza detalhada, um detalhe curioso foi encontrado: no porta-luvas, ainda aveludado de fábrica, havia uma pequena imagem de uma santa da igreja localizada na mesma rua onde o Sr. Armindo morava, datada de 1959, comemorando a Páscoa, o nome da igreja se chama Nossa Senhora Rainha dos Apostolos, a dois quarteirões de onde Romeu e Sr Armindo moravam, no qual João Siciliano e João Victor, neto de Romeu foram batizados.
Para trazer o carro de volta à ativa, foi necessária apenas uma revisão mecânica básica: troca de óleo e filtros, limpeza do tanque, carburador e platinado. Após esses ajustes, o Packard voltou a funcionar perfeitamente.
Este Packard Super Clipper Sedan de 1947 é um verdadeiro testemunho de época, com apenas dois proprietários ao longo de sua história e 100% original, preservando sua autenticidade e uma história única.
Os Packards dessa época eram símbolos de status e sofisticação, competindo diretamente com Cadillac e Lincoln. A marca ainda manteve sua reputação por mais alguns anos, mas, com a crescente concorrência e mudanças no mercado, acabou desaparecendo na década de 1950.
Abaixo algumas fotos deste lindo e único exemplar.
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